Sexualidade - Dra. Ohanna Ana Terasaka

Sexualidade: Muito além do Sexo

Autoconhecimento, informação, escolhas saudáveis e seguras, prazer, procriar... Fazem parte de uma vida sexual saudável

O tema é tão complexo que existe uma área da Medicina dedicada exclusivamente em formar especialistas no assunto, capazes de orientar e tratar adequadamente seus pacientes. Por querer cuidar da mulher em sua totalidade, além da Ginecologia e Obstetrícia, fiz também especialização em Sexualidade Humana pelo Hospital das Clínicas – Universidade de São Paulo (HC/ USP). Afinal, a sexualidade é vital, importante e distinta nas diversas fases da vida da mulher.

As preliminares...

Percebida mais enfaticamente a partir da puberdade, o corpo e a mente em um turbilhão de transformações devido ao afloramento da vida fértil, a sexualidade começa a tentar ocupar seu espaço na história de cada mulher. Junto às sensações que surgem na pele, invadem o pensamento e povoam o dia a dia, vêm os medos, as dúvidas, as regras familiares, sociais, religiosas, culturais.

Como lidar com tudo isso? O que fazer?

É quando a menina começa a procurar informações: na família (se houver diálogo para tal), ou mais comumente com as amigas, na internet. O que ela descobrir (ou não), experimentar (como e com quem?), e decidir nesta etapa, provavelmente definirá sua postura íntima, vida e saúde sexual futura. Sem contar os riscos de gravidez precoce, doenças sexualmente transmissíveis, abusos, desvios, etc. Nesta etapa, a educação sexual, o aconselhamento com profissional capacitado é muito bem-vindo.

Após o primeiro toque...

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a sexualidade faz parte da personalidade de cada um, é uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida. Sexualidade não é sinônimo de coito (relação sexual) e não se limita à ocorrência ou não de orgasmo.

Sexualidade é muito mais que isso, é a energia que motiva a encontrar o amor, contato e intimidade e se expressa na forma de sentir, nos movimentos das pessoas, e como estas tocam e são tocadas. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, portanto, a saúde física e mental. Se saúde é um direito humano fundamental, a saúde sexual também deveria ser considerada um direito humano básico.

Fica evidente o quanto as vivências (ou ausência de experiências) relativas à sexualidade podem influenciar e comprometer várias outras esferas da vida. Abordar tudo que se refere a libido, proteção, autoconhecimento, masturbação, relação sexual, sem tabus ou preconceitos mas com liberdade, acolhimento e ciência, é como procuro auxiliar a mulher no que diz respeito à sexualidade.

Principalmente nos momentos de mudanças significativas: vida fértil antes dos filhos, no pós-parto (quando os hormônios e a nova rotina familiar podem derrubar a libido, sabotar a feminilidade em detrimento da maternidade por exemplo), e posteriormente, do climatério à menopausa (etapa em que a fertilidade declina mas a sexualidade pode e deve ser preservada).

Como? Em consulta, conversamos sobre tudo isso e mais um pouco!

Sabia Que:

Das brasileiras não atingem o orgasmo durante a relação sexual?

Afirmam ter dor nas relaçõe sexuais?

A cada 3 mulheres tem dificuldade de atingir o orgasmo durante o sexo

Não conseguem "chegar lá" via penetração?

(*) Dados do ProSex da USP